Itinerário terapêutico de pacientes com diagnóstico de hanseníase no Sertão da Paraíba

Main Article Content

Beatriz Costa Teixeira
Ilana Andrade Santos do Egypto
Tiago Bezerra de Sá de Sousa Nogueira
Everson Vagner de Lucena Santos
Lívio e Vasconcelos do Egypto

Resumo

Objetivo: O objetivo desse estudo foi investigar o itinerário terapêutico dos pacientes com diagnóstico de hanseníase no sertão da Paraíba. Metodologia: Estudo de abordagem qualitativa e caráter descritivo realizado no município de Patos, Paraíba, Brasil, com 11 pacientes com hanseníase. Os pacientes foram selecionados de acordo com o fluxo de funcionamento de centro de referência. Foram realizadas entrevistas individuais por meio de um roteiro estruturado. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo. Resultados: Foram observados inúmeros impactos que a hanseníase causa aos envolvidos, como sentimentos positivos e negativos fazendo parte da trajetória. Os principais problemas de ordem sentimental estão relacionados as alterações corporais e autoestima, além da insegurança quanto ao futuro e as relações sociais. Além disso, o preconceito e o estigma são grandes entraves e levam aos pacientes uma sobrecarga. No entanto, a rede de apoio é fundamental durante o processo, auxiliando no enfrentamento da doença e situações do cotidiano. Conclusão: Diante do itinerário terapêutico percorrido por cada paciente, percebe-se que ainda há necessidade de rever as propostas de intervenção da assistência primária, como forma de agilizar os diagnósticos por meio da busca ativa, minimizando possíveis situações de impactos físicos, psicológicos e financeiros aos pacientes que buscam por diagnósticos precisos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Article Details

Como Citar
Teixeira, B. C., Santos do Egypto, I. A. ., Sá de Sousa Nogueira, T. B. de, Lucena Santos, E. V. de, & Vasconcelos do Egypto, L. e . (2020). Itinerário terapêutico de pacientes com diagnóstico de hanseníase no Sertão da Paraíba. Revista Brasileira Multidisciplinar, 23(3), 19-32. https://doi.org/10.25061/2527-2675/ReBraM/2020.v23i3.817
Seção
Artigos Originais
Biografia do Autor

Beatriz Costa Teixeira, CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS - UNIFIP

ESTUDANTE DE MEDICINA DO 9º PERÍODO

Ilana Andrade Santos do Egypto, Centro Universitário de Patos – UNIFIP

Especialista em Pediatria - Centro Universitário de Patos – UNIFIP – Patos – Paraíba

Tiago Bezerra de Sá de Sousa Nogueira, Centro Universitário de Patos – UNIFIP – Patos

Doutor em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos - Centro Universitário de Patos – UNIFIP – Patos

Everson Vagner de Lucena Santos, Centro Universitário de Patos – UNIFIP – Patos

Mestre em Saúde Coletiva -Centro Universitário de Patos – UNIFIP – Patos – Paraíba – Brasil

 

Lívio e Vasconcelos do Egypto, Centro Universitário de Patos – UNIFIP – Patos

Especialista em Dermatologia - Centro Universitário de Patos – UNIFIP – Patos – Paraíba – Brasil

 

 

Referências

AQUINO, C. M. F. et al. Peregrinação (Via Crucis) até o diagnóstico da hanseníase. Revista Enfermagem UERJ, v. 23, n. 2, p. 185-190, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional. Brasília, 2016. p.58. Disponível em: saude.pr.gov.br/arquivos/File/Manual_de_Diretrizes_Eliminacao_Hanseniase.pdf. Acesso em: 29 set. 2019.

CARNEIRO, D. F. et al. Itinerários terapêuticos em busca do diagnóstico e tratamento da hanseníase. Rev. baiana enferm, v. 31, n. 2, 2017. Disponivel em: https://portalseer.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/17541

CUNHA, M. H. C. M. et al. Fatores de risco em contatos intradomiciliares de pacientes com hanseníase utilizando variáveis clínicas, sociodemográficas e laboratoriais. Rev Pan-Amaz Saude. v. 8, n. 2, p. 23-30, 2017.

FREITAS. D. V, XAVIER. S. S, LIMA. M. A. T. Perfil Epidemiológico da Hanseníase no Município de Ilhéus-BA, no Período de 2010 a 2014. J Health Sci. v. 19, n. 4, p. 274-7, 2017.

GOFFMAN, E. A. Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, p.124,2008.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edição 70, p. 229, 2011.

LANA, F. C. F. et al. Detecção da hanseníase e Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios de Minas Gerais, Brasil. Rev. Eletr. Enf., v. 11, n. 3 p. 539-44, 2009. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n3/v11n3a10.htm

LIMA, E. O. “Podem até dizer que cura a pele, mas hanseníase não cura”: itinerários terapêuticos de pessoas com hanseníase multibacilar. 2018. 87 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva) - Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2018.

LIMA, F. C. et al. Aspectos que dificultam a descentralização das ações de controle da Hanseníase em um Município da Região do Cariri-CE. Cadernos ESP, v. 12, n. 2, p. 49-56, 2018.

LINS, A. U. F. A. Representações sociais e hanseníase em São Domingos do Capim: um estudo de caso na Amazônia. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 20, p. 171-194, 2010.

MARTINS, P. V.; IRIART, J. A. B. Itinerários terapêuticos de pacientes com diagnóstico de hanseníase em Salvador, Bahia. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 273-289, mar. 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312014000100015

NEIVA, R. J., GRISOTTI, M. Representações do estigma da hanseníase nas mulheres do Vale do Jequitinhonha-MG. Physis: Revista de Saúde Coletiva [online]. v. 29, n. 01, 2019 [Acessado 14 Outubro 2019], e290109. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-73312019290109>.

NUNES, J. M.; OLIVEIRA, E. N.; VIEIRA, N. F. C. Hanseníase: conhecimentos e mudanças na vida das pessoas acometidas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, p. 1311-1318, 2011.

OLIVEIRA, J. C. F.; LEÃO, A. M. M.; BRITTO, F. V. S. Análise do perfil epidemiológico da hanseníase em Maricá, Rio de Janeiro: uma contribuição da enfermagem. Rev. enferm. UERJ, v. 22, n. 6, p. 865-871, 2014.

PUCCI, F. H. et al. Pain in Hansen's disease patients. Revista Dor, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 15-18, mar. 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1806-00132011000100004

QUEIROZ, C. S. et al. Hanseníase: comunicação no resgate de paciente faltosos ao tratamento. ANAIS ELETRÔNICO CIC, v. 17, n. 17, 2019.

SILVEIRA, M. G. B. et al. Portador de hanseníase: impacto psicológico do diagnóstico, Psicol. Soc, Belo Horizonte, v. 26, n. 2, p. 517-527, ago. 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822014000200027

SOUSA, A. A. et al. Adesão ao tratamento da hanseníase por pacientes acompanhados em unidades básicas de saúde de Imperatriz-MA. S A N A R E, Sobral, v.12, n.1, p. 06-12, 2013.

SOUSA, G. S., SILVA, R. L. F., XAVIER, M. B. Hanseníase e Atenção Primária à Saúde: uma avaliação de estrutura do programa. Saúde em Debate. v. 41, n. 112, p. 230-242, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-1104201711219>.

SOUZA, A. O.; MARTINS, M. G. T. Aspectos afetivos e comportamentais do portador de hanseníase frente ao estigma e preconceito. Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde, v. 8, n. 1, 2018.

TAVARES, A. P. N.; MARQUES, R. C.; LANA, F. C. F. Ocupação do espaço e sua relação com a progressão da hanseníase no Nordeste de Minas Gerais - século XIX. Saúde Soc, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 691-702, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v24n2/0104-1290-sausoc-24-02-00691.pdf.

NETTO, S. M.; ALMEIDA, A. M. Metodologia de Pesquisa para Estudos em Espiritualidade e Saúde. Arte de Cuidar: Saúde, Espiritualidade e Educação. c.11, p. 182-196, 2010.

VERAS, L. M. C. A influência da religiosidade na aceitação e adesão ao tratamento de pacientes com hanseníase. 2017. 73 f. Dissertação (Pós-Graduação Stricto Sensu em Mestrado Profissional em Saúde da Família) – UNINOVAFAPI, 2017.

GUERRERO, P.; MELLO, A. L. S. F.; ANDRADE, S. R.; ERDMANN, A. L. O acolhimento como boa prática na atenção básica à saúde. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v.22, n.1, p.132-140, 2013.