Qualidade de vida de mulheres na Engenharia Civil

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Caroline Urias Challouts
Natália Quevedo dos Santos
Tânia Maria Gomes da Silva

Resumo

No Brasil, o número de mulheres na área da engenharia civil aumentou consideravelmente nas últimas décadas. Contudo, não há igual relação de crescimento nos cargos de chefia feminina. Acredita-se que isso ocorra devido aos estereótipos de gênero enraizados na sociedade brasileira e que colocam as mulheres em posição de subalternidade.  O menor reconhecimento da capacidade profissional das mulheres, somado a outras barreiras sexistas, pode ter consequências negativas em múltiplos aspectos da vida. O estudo analisou a percepção de engenheiras civis associadas ao CREA-SP acerca do preconceito de gênero na vida profissional. Fundamentou-se na aplicação de questionário abreviado WHOQOL-bref. Os dados foram analisados pelo software Excel Microsoft Corporation, apresentados por meio de gráficos e tabelas. Os resultados apontaram não haver uma relação direta entre inequidades de gênero e qualidade de vida. A pesquisa empírica evidenciou que as entrevistadas apresentavam boa qualidade de vida (627%), com o domínio psicológico apresentando menor escore (58,12%). Evidencia-se a necessidade de aprofundamento acerca da relação entre equidade de gênero e a saúde.


 


 

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Como Citar
Challouts, C. U., Quevedo dos Santos, N. ., & da Silva, T. M. G. (2021). Qualidade de vida de mulheres na Engenharia Civil . Revista Brasileira Multidisciplinar, 24(2), 27-35. https://doi.org/10.25061/2527-2675/ReBraM/2021.v24i2.1048
Seção
Artigos Originais
Biografia do Autor

Natália Quevedo dos Santos, Universidade Unicesumar

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde pela Universidade Unicesumar. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Maringá, Paraná, Brasil

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