Estudo de revisão sobre a interferência de hipoglicemiantes orais no exame químico de urina
Main Article Content
Abstract
A diabetes mellitus (DM) é uma doença que vem aumentando exponencialmente nos últimos anos de vida dos indivíduos, e uma opção de tratamento farmacológico é feito através dos hipoglicemiantes orais (HO). Em virtude de serem substâncias amplamente utilizadas e terem como principal via de excreção a urinária, este tratamento pode provocar variações nos resultados dos parâmetros urinários. Portanto, este estudo tem a finalidade de avaliar a interferência causada pelo uso de hipoglicemiantes no exame de urina. Para esta investigação, foi feita uma pesquisa bibliográfica em diferentes bases de dados, selecionando os artigos pertinentes ao tema: diabetes, interferências laboratoriais e tratamento farmacológico. Os HO podem ser classificados em três grupos de acordo com o mecanismo de ação: estimuladores de insulinas pelo pâncreas, como sulfoniluréias e metiglinidas; as sensibilizadoras de insulina, são as biguanidas, as tiazolidinedionas e as redutoras da absorção de carboidratos, que são as inibidoras da alfa-glicosidase. O exame de urina é uma ferramenta complementar no controle da DM devido a sua fácil coleta e baixo custo. As classes de hipoglicemiantes orais identificados como potencialmente interferentes no exame de urina foram as biguanidas (metformina) e as sulfoniluréias (tobultamida, tolazamida, glicazida, clorpropramida). Resultam em interferência nos parâmetros densidade, proteínas, glicose, cetonas e bilirrubinas, levando a um diagnóstico inadequado e um tratamento insatisfatório gerando prejuízos ao bem estar do paciente.
Downloads
Article Details
• The author (s) warrant that the contribution is original and unpublished and that it is not in the process of being evaluated in other journal (s);
• The journal is not responsible for the opinions, ideas and concepts issued in the texts, as they are the sole responsibility of the author (s);
• Publishers have the right to make textual adjustments and to adapt the article to the rules of publication.
Authors retain the copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License, which allows the sharing of work with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
Authors are authorized to take additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg publish in institutional repository or as book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and citation of the published work (See The Effect of Free Access) at http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html
References
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus. Diabetes Care. v. 35, p. s64-s71, 2012.
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Executive Summary: Standards of Medical Care in Diabetes. Diabetes Care. v. 34, p.s4-s10. 2011.
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus. Diabetes Care. v.33, p.562-569. 2010. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Type 2 diabetes in children and adolescents. Diabetes Care, v. 23, p. 381-389. 2000
BARROS, E; BARROS, H. Medicamentos na prática clínica. 1ed. São Paulo: Editora Art Med, 936p., 2010.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de atenção básica: Diabetes mellitus. 56p, 2006. Disponível: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/diabetes_mellitus.PDF >. Acesso em: 24 maio 2014.:
COLOMBELI, A. Avaliação do potencial de interferência analítica de fármacos na análise química do exame de urina. Dissertação (Mestrado). Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/ handle/123456789/88952/233101.pdf?sequence=1. Acesso: maio, 2015.
FERREIRA, B.; SANTOS, S.; RUDOLPH, S.; ALCANFOR, J.; CUNHA, L. Estudo dos medicamentos utilizados pelos pacientes atendidos em laboratório de análises clínicas e suas interferências em testes laboratoriais: uma revisão da literatura. Revista Eletrônica de Farmácia, v.6, p.33-43. 2009.
FUNCHAL, C; MASCARENHAS, M; GUEDES, R. Correlação clínica e técnicas de uroanálise: teoria e prática.1 ed. Porto Alegre: Sulina, 112p., 2008. GALE, E. Lessons from the glitazones: a story of drug development. The Lancet, v. 357, p. 1870- 1875. 2001. Disponível em: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS01406736%2800%2904960-6/references. Último acesso: mai, 2015.
GOMES, Gustavo. Exame dos elementos anormais e do sedimento da urina: alterações encontradas em portadores de diabetes mellitus tipo 2. 2012. 26 pg. Monografia (Graduação) Departamento de Farmácia da Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2012. Disponível em: http:// dspace.bc.uepb.edu.br:8080/jspui/bitstream/123456789/325/1/PDF%20-%20Gustavo%20Adolfo%20 Santia%go20Gomes.pdf. Acesso em: mai, 2015.
GROSS, J; NEHME, M. Detecção e tratamento das complicações crônicas do diabetes melito: Consenso da Sociedade Brasileira de Diabetes e Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Revista Associação Médica Brasileira. v.45, p. 274 -289. 1999.
GROSS, J.; SILVEIRO, S.; CAMARGO, J.; REICHELT, J.; AZEVEDO, M. Diabetes Melito: Diagnóstico, Classificação e Avaliação do Controle Glicêmico. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. v. 46, p.16-26. 2002.
GUIDI, G.; LIPPI, G.; SOLERO, G.; POLI, G.; PLEBANI, M. Managing transferability of laboratory data. Clinica química acta, v.374, p 57-62. 2006.
HARRISON, T. R.; BRAUNWALD, E. Medicina interna. 15. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2v, 2002.
HASENACK, B.; MARQUEZ, A.; PINHEIRO, E.; GUILHERME, R.;
FRASSON, F.; AVELAR, G. Disúria e polaciúria: sintomas realmente sugestivos de infecção no trato urinário. Revista Brasileira de Análises Clínicas. v. 36, p. 163-166. 2004.
INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION IDF- Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus – Position Statement. Diabetes Care. v. 34, p .62-69. 2011.
_________. Atlas Diabetes. 62p. Disponível em: http://www.idf.org/sites/default/files/EN_6E_Atlas_ Full_0.pdf >. Acesso em: 20 mar. 2014.59 KITABCHI, A.; UMPIERREZ, G.;
MURPHY, M.; BARRET,E.; KREISBERG, R.; MALONE, J.;
WALL, B. Hyperglycemic crises in patients with diabetes mellitus. Position Statement. American Diabetes Association. Diabetes Care, v.19. p.82 – 90. 2001a. Disponível em: http://care.diabetesjournals. org/content/26/suppl_1/s109.full. Ultimo acesso: mai, 2015.
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION Management of hyperglycemic crises in patients with diabetes. Technical review. Diabetes Care, v. 24, p.131 – 153. 2001b. Disponível em: http://www.ncbi. nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2699725/. Último acesso: mai, 2015.
KRETZ, A.;
BAILEY, C. Oral Antidiabetic Agents. Drugs, v. 65 p. 385-411. 2005. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15669880. Ultimo acesso: mai, 2015.
KROLL, M.; ELLIN, R. Interference with clinical laboratory analyses. Clinical Chemistry, v. 40, p. 1996-2005. 1994. Disponível em: http://www.clinchem.org/content/40/11/1996.full.pdf. Último acesso: mai, 2015.
LIPPI, G.; BASSI, A.; BROCCO, G.; MONTAGNANA, M.; SALVAGNO, G.; GUIDI, G. Pre analytic error tracking in a laboratory medicine departament results of 1 year experience. Clinical chemistry, v. 52, p. 1442-1443. 2006. Disponível em: http://www.clinchem.org/content/52/7/1442.full/. acesso em> a: mai, 2015.
LIPPI, G.; CESARE, G.; MATTIUZZI, C.; PLEBANI, M. Preanalytical variability: the dark side of the moon inlaboratory. Clinical Chemistry and Laboratory Medicine. v.44, p. 358-365. 2006.60
MARCONDES, J. Diabetes melito: Fisiopatologia e tratamento. Revista da Faculdade de Ciência Medica de Sorocaba, v. 5, p. 18-26. 00
MOTTA, V. Bioquímica clinica para o laboratório: Princípios e interpretações. 5ed. Editora Med Book, 400 p. 2009.
MUNIVE, M.; SIMON, J.; OROPEREZA, R. Interferência entre medicamentos y pruebas de laboratório en pacientes hospitalizados. Revista Mexicana de Patologia Clinica, v. 56, p. 265-270. 2009.
NAKASHIMA, E.; NAKAMURA, J.; HAMADA, Y.; KOH, N.;
SAKAKIBARA, F.; HOTTA, N. Interference by gliclazide in the glucose oxidase/peroxidase method for glucose assay. Diabetes Research and Clinical Practice, v. 30, p. 149-152. 1995.
PEDRAZZI, A.; RODRIGUES, G.; ZANARDO, F. Medicamentos e a ação interferente nas análises clínicas. Laes & Haes, v. 109, p. 78-86, 1997.
PORTOS, M. Interacciones medicamentosas.1 ed. Montevideo: Libreria Médica Editorial, 1.ed,325p.1992. POLAT, K., GUNES, S. An expert system approach based on principal component analysis and adaptive neuro-fuzzy inference system to diagnosis of diabetes disease. Digital Signal Processing v. 17, p. 702710. 2007.
RABASA, L.; BERELLE, Y.; DUCROS, F.; BOURQUE. J.; LAVOIE, C.; MASSICOTTE, D.; PÉRONNET, F.; CHIASSON, J. Use of an a-glucosidase inhibitor to maintain glucose homoeostasis during post prandial exercise in intensively treated type 1 diabetes subjects. Diabetic Medicine. v. 18, p. 739-744. 2001.
SACKS, B.; BURTIS, A.; ASHWOOD, R. Fundamentos de Química Clínica. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan , 1998. 457 pg.
SÁNCHEZ, O.; GARCÍA, M.; KEILA, K.; ROSALE, A.; VÁZQUEZ, Y.; FONSECA, O. Interferencias de medicamentos con pruebas de laboratórios. Revista Cubana de Farmácia, v.31. 2005.
SANTOS, F. S; OLIVEIRA, K. R.; COLET,C.F. Adesão ao tratamento medicamentoso pelos portadores de Diabetes Mellitus atendidos em uma unidade básica de Saúde no município de Ijuí/RS: um estudo exploratório. Revista Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 31,p. 223- 227. 2010.
SHARP, P.; RILEY, C.; COOK, J.; PINK, P. Effect of two sulphonylureas on glucose determinations by enzymic methods. Clinical Chemistry, v. 36, p. 93-98. 1972.
SHER, P. Drug interferences with clinical laboratory tests.v.24, p.24-63.1982. Disponível em: http:// www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6179732. acesso em: mai, 2015.
SIEST, G.; APPEL, W.; BLIJENBERG, B.; CAPOLAGHI, B.; GALTEAU, M.; HEUSGHEM, C.; HJELM, M.; LAUER, K.; PERRON, B.; LOPPINET,V. Drug interference in clinical chemistry: studies on ascorbic acid. Journal of clinical chemistry and clinical biochemistry, v.6, p.103-110. 1988
SILVA, A S. Avaliação da interferência analítica de fármacos na determinação de proteínas e cetonas no exame químico de urina – estudos in vitro e in vivo. Tese (Doutorado) Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/ bitstream/handle/123456789/100495/310058.pdf?sequence=1. acesso em: mai, 2015.
SILVIO, E.; INZUCHI, M. Oral Ant hyperglycemic Therapy for Type 2 Diabetes. The Journal of American Medical Association, v.287, p.360-372. 2002.
SOBREIRA, R.; SANCHES, C. Erros Laboratoriais. Laes & Haes, v.141, p. 140-154, 2001.
SOCIEDADE PORTUGUESA DE DIABETOLOGIA. Grupo de estudo de diabetes e gravidez. Registo Nacional de Diabetes Gestacional, 2004. 36p. Disponível em:> http//:www.spd.pt > Acesso em: mar, 2014.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Tratamento e acompanhamento de diabetes mellitus – Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2007, 168p.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Study Group on Diabetes Mellitus. Prevention of diabetes mellitus. World Health Organization. 1994. (WHO – Technical Report Series, 844). Disponível em:> http//: www.who.in > Acesso em: mar, 2015.
WALLACH, J. Interpretação de Exames de Laboratório. 6 ed, 290p. Medsi.199 ZACARELLI, M. A. Hipoglicemiantes orais. Cir. Vasc. Ang., v. 3, n.2, p. 9-14, 1987.
ZANINI,C. et al. Dicionário de Medicamentos Genéricos.560p., IPEX, 1999.