Conforto ambiental e neuroarquitetura: avaliação pós-ocupação no contexto da covid-19
Barra lateral del artículo
Contenido principal del artículo
Resumen
A pandemia da Covid-19 ocasionou grandes impactos nas vidas dos indivíduos a em nível global. Em consequência à recomendação do isolamento social, as residências tornaram-se ambientes de longa permanência, fazendo necessária sua adaptação para atender as novas demandas espaciais. Esse cenário influenciou diretamente na interação dos usuários com suas moradias, refletindo no significado do habitar e na experiência do morar, implicando em alterações no estilo de vida que podem impactar na saúde física e mental dos indivíduos. Neste contexto, este artigo mostra resultados de um estudo cujo objetivo foi realizar uma Avaliação Pós-Ocupação (APO) nos ambientes residenciais, na área de conforto ambiental amparado pelas estratégias da neuroarquitetura, com o intuito de entender o espaço físico sob a ótica de seus usuários, visto que, esse espaço físico desempenha um papel fundamental no comportamento, na tomada de decisões e no bem-estar. Para isso, foi disponibilizado para a comunidade um questionário e o instrumento Poema dos Desejos. Desse modo, foram obtidos indicadores positivos de satisfação dos moradores com suas residências, no entanto, os desejos, sintomas e percepções apontadas pelos usuários evidenciam que o ambiente é capaz de prejudicar física e psicologicamente sem que se note. A análise dos resultados indica que o cenário pandêmico evidenciou que o ambiente residencial não é estático, necessitando de transformações conforme as necessidades transitórias, fazendo com que seja necessário (re) pensar a configuração dos espaços, aplicando as estratégias de conforto ambiental e da neuroarquitetura, para que elas possam auxiliar os usuários em suas relações com a moradia, proporcionando saúde e bem-estar.
Descargas
Detalles del artículo
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
- O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Os conteúdos da Revista Brasileira Multidisciplinar – ReBraM estão licenciados sob uma Licença Creative Commons 4.0 by.
Qualquer usuário tem direito de:
- Compartilhar — copiar, baixar, imprimir ou redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Autores concedem à ReBraM os direitos autorais, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons 4.0 by. , que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Citas
AMERIO, A.; BRAMBILLA, A.; MORGANTI, A.; AGUGLIA, A.; BIANCHI, D.; SANTI, F.; COSTANTINI, L.; ODONE, A.; COSTANZA, A.; SIGNORELLI, C.; SERAFINI, G.; AMORE, M.; CAPOLONGO, S. COVID-19 Lockdown: Housing Built Environment’s Effects on Mental Health. International Journal of Environmental Research and Public Health. v. 17. 2020.
ANNERSTEDT, M.; P. WÄHRBORG, P. Nature-assisted therapy: systematic review of controlled and observational studies. Scand. Journal Public Health. p. 1-18. 2011.
BARBOSA, C. V. T. Percepção da iluminação no espaço da arquitetura: preferências humanas de iluminação em ambientes de trabalho. 2010. 238 p. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010.
BEAUCHEMIN, K. M.; HAYS, P. Sunny hospital rooms expedite recovery. Elsevier Science Ltd. Journal of Affective Disorders, v. 40, p. 49-51. Alberta, Canada, 1996.
BERTOLETTI, R. Uma Contribuição da arquitetura para a reforma psiquiátrica: estudo no Residencial Terapêutico Morada São Pedro em Porto Alegre. 2010. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Florianópolis, 2010.
BOIKO, C. F. Home office na prática: as práticas no trabalho profissional exercido em ambientes domésticos na pandemia do COVID-19. 2021. 82f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Gestão e Negócios. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Porto Alegre, 2021.
BROWNING, B.; COOPER, S. C. Human Spaces: The Global Impact of Biophilic Design in the Workplace.2015.
BROWNING, W. D.; RYAN, C.; CLANCY, J. 14 Patterns of Biophilic Design, Improving Health & Well-Being in the Built Environment. New York: Terrapin Bright Green. 2014.
BUENO, M. O grande livro da casa saudável. São Paulo. Editora Roca. 1995.
BULLOUGH, J. D.; REA, M. S.; FIGUEIRO, M. G. Of mice and women: light as a circadian stimulus in breast cancer research. Cancer Causes and Control, n. 17. p. 375-383. 2006.
CLATWORTHY, J.; HIND, J. M.; CAMIC, P. Gardening as a mental health intervention: a review. Mental Health Review Journal, v. 18, n. 4, p. 214-225. 2013.
D’ALESSANDRO, D.; GOLA, M.; APPOLLONI, L.; DETTORI, M.; FARA, G. M.; REBECCHI, A.; SETTIMO, G.; CAPOLONGO, S. Covid-19 and Living space challenge. Well-being and Public Health recommendations for a healthy, safe, and sustainable housing. Acta Biomed, v. 91, Supplement 9, p. 61-75. 2020.
DE PAULA, A. L. D.; BRAIDA, F. Habitar na pandemia: as notícias veiculadas pelo site ArchDaily. Simpósio Brasileiro Online de Gestão Urbana. Eixo temático: Cidade e saúde – desafio da pandemia de Covid-19, 2020. p. 744-756
FERREIRA, M. P. A ampliação do teletrabalho e home office em tempos de pandemia e seus reflexos na saúde do trabalhador. Revista do Direito do Trabalho e Meio Ambiente do trabalho. 2021. v.7. n. 1. p. 101-119. 2021.
FERREIRA, A. D. D.; MAINIER, F. B.; SOARES, C. A. P.; LONGO, O. C. O conforto ambiental aplicado à questão da habitação de interesse social. O uso de soluções passivas. X Congresso Nacional de Excelência em Gestão. 2014.
GARRIDO, L. Arquitectura para la felicidade. Monsa, Barcelona, 2013. ISBN 978- 84-15223-93-1.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 2008.
GIORDANI, L. L.; RUSCHEL, A. C. A arquitetura como ferramenta para a qualidade de vida: mudanças espaciais no cenário da pandemia (Covid-19). 2021. Revista Thêma et Scientia, v. 11, n. 2, p. 249-280, 2021.
GOLA, M.; BOTTA, M.; D’ANIELLO, A. L.; CAPOLONGO, S. Influence of nature at the time of the pandemic: An experience-based Survey at the Time of SARS-CoV-2 to Demonstrate how even a short break in nature can reduce Stress for Healthcare Staff. 2021. Health Environments Research & Design Journal, v. 14(2), p. 49-65, 2021.
KELLERT, S. Birthright: People and Nature in the Modern World. New Haven: Yale University Press. 2012.
LA FUENTE, J. A. A. O edifício doente: relação entre construção, saúde e bemestar. 105f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) Programa de Pós-Graduação de Arquitetura da Universidade do Minho. Minho, Portugal, 2013.
MALTA, D. C.; SZWARCWALD, C. L.; BARROS, M. B. A.; GOMES, C. S.; MACHADO, E. E.; JUNIOR, P. R. B. S.; ROMERO, D. E.; LIMA, M. G.; DAMACENA, G. N.; PINA, M. F.; FREITAS, M. I. F.; WERNECK, A. O.; SILVA, D. R. P.; SILVA, D. R. P.; AZEVEDO, L. O.; GRACIE, R. A pandemia da COVID-19 e as mudanças no estilo de vida dos brasileiros adultos: um estudo transversal, 2020. Revista do Sistema Único de Saúde do Brasil, Brasília, v. 29(4), 2020.
MELO, R. H. R. Q.; MELO, R. H. R. Q.; MELO, E. F. R. Q. Área verde: melhor qualidade de vida em tempos de pandemia. Simpósio Brasileiro Online de Gestão Urbana, p. 926-934, 2020.
PAIVA, A. Neuroscience for architecture: how buiding design can influence behaviors and performance. Journal of Civil Engineering and Architecture, v. 12, n. 6, p. 132- 138, 2018.
PAIVA, A. Neuroarquitetura em tempos de enclausuramento. Neuroau. Disponível em:https://www.neuroau.com/post/neuroarquitetura-em-tempos-de-enclausuramento. 2020. Acesso em: 17 abr. 2021.
PAIVA, A. Consciência Emocional e o Ambiente Físico: contribuições da neuroarquitetura. Neuroau. Disponível em: https://www.neuroau.com/post/concienciaemocionaleoambientefisico. 2021. Acesso em: 21 fev. 2022.
PAIVA, A.; JEDON, R. Short- and long-term effects of architecture on the brain: Toward theoretical formalization. Frontiers of Architectural Research, v. 8, n. 4, p. 564-57, 2019.
PREISER, W. F.; RABINOWITZ, H. Z; WHITE, E. T. Post-Occupancy Evaluation. New York: Van Nostrand Reinhold, 1988.
RHEINGANTZ, P. A.; FONSECA, J. F (colaboradora). Observando a Qualidade do Projeto e do Lugar. Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído. Universidade de São Paulo. São Carlos, SP. 2009
ROBYN, K. L.; RITCHIE, D. A casa terapêutica: como replanejar a casa pode mudar a sua vida. São Paulo: Ground, 2009. 272 p.
ROMÉRO, M. A.; ORNSTEIN, S. W. Avaliação Pós-Ocupação - Métodos e Técnicas Aplicados à Habitação Social. 1ª. ed. Porto Alegre: Coleção Habitare/FINEP, 2002. v. 01. 294 p.
ROZENZWEIG, M.; BENNETT, E. Psychobiology of plasticity: effects of training and experience on brain and behavior. Behavioural Brain Research, v. 78, n.1, p. 57 – 65. 1996.
SIGURDARDOTTIR, L. G.; VALDIMARSDOTTIR, U. A.; FALL, K.; RIDER, J. R.; LOCKLEY, S. W.; SCHERNHAMMER, E. S.; MUCCI, L. A. Circadian disruption, sleep loss, and prostate cancer risk: a systematic review of epidemiologic studies. Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevetion, v. 21, n. 7, p. 1002-1011. 2012.
SILVA, M. A. S.; MARCÍLIO, B. M. S. A casa e o habitar: experiências emocionais do isolamento social. Projectare Revista de Arquitetura e Urbanismo. n. 10, p. 247- 261. 2020.
SOARES, R. B. Resposta humana à luz: alterações não visuais e o projeto luminotécnico residencial com LEDs. 2018. 152f. Tese (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2018.
SOGA, M.; GASTON, K.; YAMAURA, Y. Gardening is beneficial for health: A metaanalysis. Preventive Medicine Reports, v. 5, p. 92-99. 2017.
SOUSA, G. M. P.; SOUZA, G. C.; SIQUEIRA, B. B.; FARIAS, R. F.; STUCKERT, A. C. Relação entre conforto ambiental e qualidade de vida no trabalho: estudo de caso em uma empresa do setor financeiro na cidade de João Pessoa PB. XXXVII Encontro Nacional de Engenharia de produção. Joinville, Santa Catarina. 2017.
ULRICH, R. S. Biophilia, biophobia, and natural landscapes. In Kellert and Wilson, Biophilia Hypothesis.1993.
VAZ, F. T. Perguntas e Respostas em Ergoftalmologia. Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. 1ª ed. 2018. ISBN: 978-989-98118-7-4
VILLA, S. B.; SARAMAGO, R. C. P.; GARCIA, L. C. Avaliação pós ocupação no Programa Minha Casa Minha Vida: uma experiência metodológica. 2015. 150 f. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia – PROEX, 2015.
WOOD, C. J.; PRETTY, J. GRIFFIN, M. A case-control study of the health and wellbeing benefits of allotment gardening. Journal of Public Health, v. 38(3), p. 336-344. 2015.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Healthy Enviroments for healthier populations: why do they matter, and what we can do? WHO. Geneva. Disponível em: https://www.who.int/phe/publications/healthyenvironments/en/. 2019. Acesso em: 15 fev. 2022.