A relação entre o uso da cannabis e o despertar de psicoses
Barra lateral del artículo
Contenido principal del artículo
Resumen
Na última década, houve um aumento no aparecimento de transtornos psicóticos e o número de internações pelo uso de Cannabis, popularmente conhecida como maconha. Droga ilícita mais utilizada no mundo, a maconha já foi utilizada por cerca de 9 em cada 100 brasileiros. Seu consumo ocorre na maioria das vezes através do fumo, mas também pode ser através de alimentos, chás e cápsulas. Correlacionar o uso da Cannabis com o desenvolvimento de psicoses, considerando sua aplicação terapêutica e recreativa. Para a elaboração desta revisão bibliográfica foi realizado um levantamento eletrônico de artigos nacionais e internacionais(inglês e espanhol), em sua maioria publicados nos últimos 10 anos, utilizando bancos de dados como Scielo, Lilacs e PubMed, além da utilização um manual, uma cartilha, livros e vídeos especializados. Existem evidências sugerindo que a exposição dos componentes presentes na Cannabis em idades mais jovens, principalmente na adolescência, somado aos fatores familiares e genéticos estão diretamente associados ao desenvolvimento de psicoses. Além disso, a produção de linhagens da planta com alta concentração de delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) pode apresentar um grande risco para a saúde mental geral, uma vez que elas são mais potentes, gerando efeitos em maiores proporções. Há uma correlação entre o consumo de Cannabis e o desenvolvimento de psicoses, sendo o uso de Cannabis, associado a outros fatores de risco, uma variável importante para o surgimento de psicoses.
Descargas
Detalles del artículo
- O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Os conteúdos da Revista Brasileira Multidisciplinar – ReBraM estão licenciados sob uma Licença Creative Commons 4.0 by.
Qualquer usuário tem direito de:
- Compartilhar — copiar, baixar, imprimir ou redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Autores concedem à ReBraM os direitos autorais, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons 4.0 by. , que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Citas
ANDRADE, M.H.C.N. O papel da Cannabis na etiopatogénese da Esquizofrenia. Dissertação (Mestrado em Psiquiatria e Saúde Mental). f. 30. Faculdade de Medicina da Universidade de Porto, Porto, 2010.
ANDRE, C. M. et al. Cannabis sativa: The plant of the thousand and one molecules. Front. Plant. Sci, v. 7, n. 19, Feb. 2016.
ATAKAN, Z. Cannabis, a complex plant: different compounds and different effects on individuals. Ther. Adv. Psychopharmacol., v. 2, n. 6, p. 241-254, Dec. 2012.
BAESSO, D. C. Cannabis: Geografia econômica e política. 2013. f. 118. Trabalho de conclusão de curso (Geografia) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013.
BAKEL, H. et al. The draft genome and transcriptome of Cannabis sativa. Genome. Biol., v.12, n. 10, Oct. 2011.
BARLOW, D. H.; DURAND, V. M. Psicopatologia: Uma abordagem integrada. 7 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016, p. 495-508.
BORDIN, D. C. et al. Análise forense: pesquisa de drogas vegetais interferentes de testes colorimétricos para identificação dos canabinoides da maconha (Cannabis Sativa L.). Quím. Nova, São Paulo, v. 35, n. 10, p. 2040-2043, 2012.
BRAND, E. J.; ZHAO, Z. Cannabis in Chinese Medicine: Are Some Traditional Indications Referenced in Ancient Literature Related to Cannabinoids? Front. Pharmacol., v. 8, n. 108, Mar. 2017.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Drogas: cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes. Brasília: Presidência da República, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010.
BRIERLEY, D. I. et al. Cannabigerol is a novel, well-tolerated appetite stimulant in pre-satiated rats. Psychopharmacology (Berl), v. 233, n. 19, p. 3603-3613, Oct. 2016.
CARLINI, E. A. A história da maconha no Brasil. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro , v. 55, n. 4, p. 314-317, 2006.
CARRANZA, R. R. Los productos de Cannabis sativa: situación actual y perspectivas en medicina. Salud Ment, México, v. 35, n. 3, p. 247-256, Jun. 2012.
CHAKRAVARTI B. et al. Cannabinoids as therapeutic agents in cancer: current status and future implications. Oncotarget, v. 5, n. 15, p. 5852–5872, Aug. 2015.
CHALUB, M. Psicose 1: Classificação das Doenças em Psiquiatria 9/14. Canal Médico, 2013, 6 min. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7ggWdiRD8P4>. Acesso em: 15 mai 2017.
CHEN, D. J. et al. Brain cannabinoid receptor 2: expression, function and modulation. Acta. Pharmacol. Sin., v. 38, n. 3, p. 312-316, Mar. 2017.
COUTINHO, M. P. L. et al. Uso da maconha e suas representações sociais: estudo comparativo entre universitários. Psicol. estud., Maringá , v. 9, n. 3, p. 469-477, Dez. 2004.
CURRAN, H. V. et al. Keep off the grass? Cannabis, cognition and addiction. Nat Rev Neurosci, v. 17, n. 5, p. 293-306, May. 2016.
D’SOUZA, D.C. et al. Cannabinoids and Psychosis. Curr. Pharm. Des., v. 22, n. 42, p. 6380-6391, 2016.
DEVINSKY, O. et al. Cannabidiol: pharmacology and potential therapeutic role in epilepsy and other neuropsychiatric disorders. Epilepsia, v. 55, n. 6, p. 791-802, Jun. 2014.
DIEHL, A. et al. Abuso de cannabis em pacientes com transtornos psiquiátricos: atualização para uma antiga evidência. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 32, supl. 1, p. 541-545, Mai. 2010.
DOUGLAS, K. S. et al. Psychosis as a risk factor for violence to others: a meta-analysis. Psychol Bull., v. 135, n. 5, p. 679-706, Sep. 2009.
ELSOHLY, M. A. et al. Phytochemistry of Cannabis sativa L. Prog Chem Org Nat Prod, v. 103, p. 1-36, Jan. 2017.
FARAG, S.; KAYSER, O. The Cannabis plant: Botanical aspects. In: PREEDY, V. R. Handbook of Cannabis and Related Pathologies: Biology, Phamacology, Diagnosis, and Treatment. 1st ed. Oxford: Elsevier, 2017, Chapter 1, p. 3-12.
GAEBEL, W.; ZIELASEK, J. Focus on psychosis. Dialogues Clin. Neurosci, v. 17, n. 1, p. 9-18, Mar. 2015.
GLOSS, D. An overview of products and bias in research. Neurotherapeutics, v. 12, n. 4, p. 731-4, 2015.
GREYDANUS, D. E. et al. Marijuana: current concepts. Front. Public Health, v. 1, n. 42, 2013.
GUTIÉRREZ, T. et al. Partial purification and chemical characterization of a glycoprotein (putative hydrocolloid) emulsifier produced by a marine bacterium Antarctobacter. Appl. Microbiol. Biotechnol., v. 76, n. 5, p. 1017-1026, 2007.
HAZEKAMP A. et al. Chemistry of Cannabis. In: MANDER, L.; HUNG-WEN, L. Comprehensive Natural Products II Chemistry and Biology. 1st ed. Oxford: Elsevier, 2010, v. 3, p. 1033–1084.
HONÓRIO, K. M. et al. Aspectos terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa. Quím. Nova, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 318-325, Abr. 2006.
KATCHAN, V. et al. Cannabinoids and autoimmune diseases: A systematic review. Autoimmun Rev., v. 15, n. 6, p. 513-528, Jun. 2016.
KIM, P. S.; FISHMAN, M.A. Cannabis for Pain and Headaches: Primer. Curr. Pain Headache Rep., v. 21, n. 4, Apr. 2017.
KREUGER, E. et al. Bioconversion of industrial hemp to ethanol and methane: the benefits of steam pretreatment and co-production. Bioresour. Technol., v. 102, n. 3, p. 3457-3465, 2011.
LESSA, M. A. et al. Derivados canabinoides e o tratamento farmacológico da dor. Rev. dor, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 47-51, Mar. 2016.
LORENZETTI, V. The role of cannabinoids in neuroanatomic alterations in cannabis users. Biol. Psychiatry, v. 79, n. 7, p. 17-31, Apr. 2016.
MCDOUGLE, D. R. et al. Endocannabinoids anandamide and 2-arachidonoylglycerol are substrates for human CYP2J2 epoxygenase. J. Pharmacol. Exp. Ther., v. 351, n. 3, p. 616–627, 2014.
MIZRAHI, R. et al. Mechanisms contributing to cognitive deficits in cannabis users. Neuropharmacology, Apr. 2017.
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
PALANIYAPPAN, L.; LIDDLE, P.F. Does the salience network play a cardinal role in psychosis? An emerging hypothesis of insular dysfunction. J. Psychiatry Neurosci., v. 37, n.1, p. 17-27, Jan. 2012.
PESA, N.; SOLOWIJ, N. Anormalidades cognitivas no uso de Cannabis. Rev. Bras. Psiquiatr., v. 32, supl. 1, p. 531-540, Mai. 2010.
PIJLMAN et al. Strong increase in total delta-THC in cannabis preparations sold in Dutch coffee shops. Addict Biol., v. 10, n. 2, p. 171-80, 2005.
RADHAKRISHNAN, R. et al. Gone to Pot – A Review of the association between Cannabis and Psychosis. Front. Psychiatry, v. 5, n. 54, May. 2014.
RELLA, J. G. Recreational cannabis use: pleasures and pitfalls. Cleve Clin. J. Med., v. 82, n. 11, p. 765-772, Nov. 2015.
RIBEIRO, L. I.; IND, P. W. Effect of cannabis smoking on lung function and respiratory symptoms: a structured literature review. NPJ Prim Care Respir Med, v. 26, n.16071, Oct. 2016.
RIBEIRO, M. et al. Abuso e dependência da maconha. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 51, n. 5, p. 247-249, Out. 2005.
SAAD, L. G. “Fumo de negro”: a criminalização da maconha no Brasil (c. 1890 – 1932). 2013. 139 f. Dissertação (Mestrado em História). Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013.
SAITO, V. M. et al. Exploração farmacológica do sistema endocanabinoide: novas perspectivas para o tratamento de transtornos de ansiedade e depressão?. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 32, supl. 1, p. 57-514, Mai. 2010.
SANTOS, M. O. O Cânhamo como material de construção: Viabilidade e Oportunidade. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). f. 60. Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2013.
SAWLER, J. et al. The genetic structure of marijuana and hemp. PLoS One, v. 10, n. 8, Aug. 2015.
SCHROT, R.J.; HUBBARD, J.R. Cannabinoids: Medical implications. Ann. Med., v. 48, n. 3, p. 128-141, Feb. 2016.
SEWELL, R. A. et al. Efeitos comportamentais, cognitivos e psicofisiológicos dos canabinoides: relevância para a psicose e a esquizofrenia. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 32, supl. 1, p. 515-530, May. 2010.
SMALL, E. Evolution and classification of Cannabis sativa (marijuana, hemp) in relation to human utilization. Bot. Rev, v. 81, n. 3, p. 189–294, Sep. 2015.
SMITH, P. F.; ZHENG, Y. Cannabinoids, cannabinoids receptors and tinnitus. Hear. Res., v. 332, p. 210-216, Feb. 2016.
TÉLLEZ, G. A. Consideraciones en cuanto al uso medicinal y recreacional de la marihuana y sus efectos sobre el pulmón. Rev. chil. enferm. respir., Santiago, v. 31, n. 3, p. 160-169, Set. 2015.
THOMAS, B. F.; ELSOHLY, M. The botany of Cannabis sativa L. In:______. The Analytical Chemistry of Cannabis: quality assessment, assurance, and regulation of medicinal marijuana and cannabinoid preparations.1st ed. Elsevier, 2016, p. 1-26.
WEIBLEN, G.D. et al. Gene duplication and divergence affecting drug content in Cannabis sativa. New Phytol., v. 208, n. 4, p. 1241-1250, Dec. 2015.