Influência dos Anticoncepcionais Orais Hormonais na Saúde da Mulher

Main Article Content

Isabelle Guedes
Ana Carolina Kunitaki Silvério
Renata Aparecida dos Santos
Janize Silva Maia

Resumo

Introdução: O uso dos anticoncepcionais hormonais deve ser determinado por uma avaliação detalhada do histórico clínico e familiar da mulher que pretende utilizá-los, assim como a mensuração de sua pressão arterial. No Brasil, para fazer o uso de anticoncepcionais hormonais, a mulher é orientada a fazer uma consulta com profissionais de saúde nos serviços públicos ou privados. Objetivo: Descrever os riscos provenientes do uso prolongado dos contraceptivos orais hormonais à saúde da mulher. Material e Método: Revisão integrativa da literatura publicada na BVS, PUBMED, SciELO, LILACS e MEDLINE entre 2009 e 2020, baseada em evidências, em português e inglês, disponível na íntegra. Resultado: O câncer de mama, a trombose venosa e a hipertensão arterial estão entre os principais riscos provenientes do uso prolongado dos contraceptivos orais hormonais, cuja utilização na maioria das vezes ocorre sem avaliação de um profissional da saúde. Conclusão: O devido conhecimento sobre a ação dos anticoncepcionais orais hormonais, incluindo modo de ação e a curto, médio e longo prazo é necessário antes da utilização por mulheres que buscam nele, a anticoncepção. Sem o devido acompanhamento de um profissional de saúde o uso pode tornar-se indiscriminado, comprometendo a saúde da usuária. O aconselhamento que antecede a decisão da mulher pelo melhor método deve considerar a sua história clínica, as contraindicações e as informações de outros métodos alternativos compatíveis com a sua condição de saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Article Details

Como Citar
Guedes, I., Silvério, A. C. K., dos Santos, R. A., & Maia, J. S. (2022). Influência dos Anticoncepcionais Orais Hormonais na Saúde da Mulher. Revista Brasileira Multidisciplinar, 25(1), 153-165. https://doi.org/10.25061/2527-2675/ReBraM/2022.v25i1.995
Seção
Artigo de Divulgação

Referências

ANDARIEH, MA et al. Risk factors for endometrial câncer: results from a hospital based case-control study. Asian Pacific journal of cancer prevention, v.17, n.10, p.4791-96, 2006.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Viekira Pak: Contraindicação do uso de anticoncepcionais orais combinados contendo etinilestradiol. Brasília: 2017.

Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica, n. 26. Brasília, 2013.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretária da Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília, 2014.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção Primária à Saúde. Principais ações em saúde para prevenção da gravidez na adolescência. Brasília, 2020.

BARDAWELL, SK et al. Oral contraceptive and breast câncer: do benefits outweight the risks? A case-control study from Jordan. BioMed Central Women's Health, v.19, n.1, p.72, 2019.

BEDIN, R; GASPARIN, VA; PITILIN, EB. Fatores associados às alterações cérvico-uterinas de mulheres atendidas em um município polo do oeste catarinense. Revista online de pesquisa cuidado é fundamental, v. 9, n. 1, p. 167-174, 2017.

BIZON, A et al. Influence of oral contraceptives on lipid profile and paraoxonase and commonly hepatic enzymes activities. Journal of clinical laboratory analysis, v. 32, n. 1, p. 1-20, 2018.

BONAN, C et al. “Estará nas pílulas anticoncepcionais a solução?” Debate na mídia entre 1960-1970. Revista Estudos Feministas, v. 26, n. 3, p. 1-19, 2018.

BONAN, C; NAKANO, RA; TEIXEIRA, LA. Absorção e metabolização dos hormônios sexuais e sua transformação em tecnologias contraceptivas: percursos do pensamento médico no Brasil. Ciência e saúde coletiva, v. 22, n. 1, p. 107 – 116, 2017.

BORGES, TFC; TAMAZATO, APS; FERREIRA; MSC. Terapia com Hormônios Sexuais Femininos e Fenômenos Tromboembólicos. Revista Ciência em Saúde, v. 5, n. 2, p. 158-6, 2015.

BRAATEN, T et al. Progestin-Only and Combined Oral Contraceptives and Receptor-Defined Premenopausal Breast Cancer Risk: the Norwegian Women and Cancer Study. International journal of câncer, v. 142, n. 11, p. 1-21, 2018.

BRADAN, TAF; SHAABAN, YM. The effect of oral contraceptive pills on the macula, the retinal nerve fiber layer, the ganglion cell layer and the choroidal thickness. BioMed Central Ophthalmology, v. 19, n. 250, p. 1-16, 2019.

BRANDT, GP; OLIVEIRA, APR; BURCI, LM. Anticoncepcionais hormonais na atualidade: um novo paradigma para o planejamento familiar. Revista Gestão e Saúde, v. 18, n. 1, p. 54-62, 2018.

BRITTON, LE et al. CE An Evidence-Based Update on Contraception. American Journal of Nursing, v. 120, n. 2, p. 22-33, 2020.

CORREA, DAS et al. Factors associated with the contraindicated use of oral contraceptives in Brazil. Revista Saúde Pública, v. 51, n. 1, 2017.

FINOTTI, M. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Manual de anticoncepção. São Paulo, 2015.

KHALILI, H et al. Association Between Long- term Oral Contraceptive Use and Risk of Crohn’s Disease Complications in a Nationwide Study. Gastroenterology, v. 150, n. 7, p. 1561-1567, 2016.

KHIALANI, D. et al. The joint effect of genetic risk factors and different types of combined oral contraceptives on venous thrombosis risk. British Journal of Haematology, v. 189, n. 2 p. 201-382, 2020.

LIDEGAARD, O et al. Hormonal contraception and risk of venous thromboembolism: national follow-up study. The British Medical Journal, v. 339, n. 7720, p. 521, 2009

LIMA, ACS et al. Influence of hormonal contraceptives and the occurrence of stroke: integrative review. Revista Brasileira Enfermagem, v. 70, n. 3, p. 647-55, 2017.

MACHADO, BR et al. Women’s knowledge of health effects of oral contraceptives in five Brazilian cities. An Internacional Reproductive Health Journal Contraceotion, v. 86, n. 6, p. 698-703, 2012

MACHADO, RB. Orientações e Recomendações Federação das Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Uso de dispositivos intrauterinos (DIU) em nulíparas. São Paulo, 2018.

MAIA, HO. Trombose venosa profunda num membro superior em mulher a fazer anticoncepcional oral e com trombofilia hereditária: Factor V Leiden. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, v. 31, n. 2, p. 121-124, 2015.

MORAIS, LX; SANTOS, LP; CARVALHO, IFFR. Tromboembolismo Venoso Relacionado ao Uso Frequente de Anticoncepcionais Orais Combinados. Revista Eletrônica de Ciências Humanas, Saúde e Tecnologia, v. 8, n. 1, p. 85-109, 2019.

MORCH, LS et al. Contemporary Hormonal Contraception and the Risk of Breast Cancer. The new England Journal of medicine, v. 377, n. 23, p. 2228-2239, 2017.

OMS. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de Critérios Médicos de Elegibilidade da OMS para uso de Métodos anticoncepcionais. São Paulo, 2010.

ONU. Department of Economic and Social Affairs, Population Division; 2020. Estimates and Projections of Family Planning Indicators 2020. New York, 2016.

PARK, H; KIM; K. Associations between oral contraceptive use and risks of hypertension and prehypertension in a cross-sectional study of Korean women. BioMed Central Women's Health, v. 13, n. 39, 2013.

PEREIRA, P; ANGONESI, D. Efeitos do uso prolongado de contraceptivos orais. Infarma – Ciências farmacêuticas, v. 21, n. 7/8, p. 21-28, 2013.

PEREIRA, PLN. Os discursos sobre a pílula anticoncepcional na revista Cláudia no período de 1960 a 1985. 2016. 436p. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Fiocruz, Rio de Janeiro, 2016.

PEYMAN, N et al. Self-efficacy: does it predict the effectiveness of contraceptive use in iranian women?. La Revue de Sante de la Mediterranee, v. 15, n. 5, p. 1254-61, 2009.

PINHEIRO, HCG; PEPE, VLE. Reações adversas a medicamentos: conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde em um hospital-sentinela de ensino do Ceará Brasil, 2008. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 20, n. 1, p. 57-64, 2011.

RIBEIRO, CCM et al. Effects of different hormonal contraceptives in women’s blood pressure values. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 71, n. 3, p. 1453-9, 2018.

SILVA, APS et al. Risk factors for breast cancer in women who use a basic health unit: descriptive study. Online Brazilian Journal of Nursing, v. 10, n. 1, 2011.

SILVA, NCS et al. Interações medicamentosas com contraceptivos hormonais orais. Única Cadernos Acadêmicos, v. 3, n. 1, 2017.

SOUZA, MT; SILVA, MD; CARVALHO, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 102-106, 2011.

SZOR, DJ; URSOLINE, M; HERMAN, P. Adenoma hepático. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, v. 26, n. 3, p. 219-222, 2013.

TARAZONA, B et al. Etiology and risk factors for a first episode of cerebral isquemia in young adults. Science Direct Journal e Books, v. 25, n. 8, p. 470-477.

VOLPATO, LK et al. Association between Hormonal Contraception and Injuries Induced by Human Papillomavirus in the Uterine Cervix. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 40, n. 4, p. 196-202, 2018.

WAHIDIN, M et al. Oral Contraceptive and Breast Cancer Risks: a Case Control Study in Six Referral Hospitals in Indonesia. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, v.19, n. 8, p. 2199-2203, 2018.